Em meio a ambientes predominantemente masculinos no setor de tech, mulheres criam projetos sociais e coletivos femininos que discutem e ensinam programação. Em uma tentativa de aumentar as possibilidades do mercado de trabalho para elas, iniciativas profissionalizantes e redes de apoio surgiram para acolher mulheres.
Segundo a pesquisa #Quemcodabr, realizada pela PretaLab, braço do Olabi, laboratório fluminense de inovação e tecnologia, aponta que 68% do setor de tecnologia e desenvolvimento é composto por homens, enquanto as mulheres representam apenas 31,7%.
De acordo com uma pesquisa de doutorado sobre trabalho e gênero no setor de TI, realizada pela socióloga e professora da Unicamp Bárbara Castro, as mulheres não têm o mesmo tipo de estímulo quando se trata de tecnologia.
De acordo com a pesquisadora, quando ela questionava os homens sobre como havia surgido o interesse no setor de tecnologia a resposta era parcialmente homogênea, eles apontavam que o processo havia sido natural. Já as mulheres diziam, em sua maioria, que desenvolveram o interesse por conta de uma figura masculina, “Elas nunca justificam esse interesse como uma construção natural. E de fato não é. Tem sempre um ponto de virada na trajetória delas, quase sempre mediada por uma figura masculina que mostra esse despertar de interesse”, fala a socióloga em entrevista para a revista digital AzMina.
Mas por que as mulheres são impactadas por essas questões?
A resposta é simples: machismo estrutural. O machismo estrutural é cultural e inerente a diversos aspectos da sociedade. Ele consiste em reproduzir ações e discursos machistas, além disso, o machismo estrutural proporciona aos homens que se apoiem e desfrutem do privilégio de gênero, mesmo que esses sejam contra o machismo. Por isso é fundamental informar e saber como ajudar nas batalhas feministas, que visam a igualdade dos gêneros.
Movimentos sociais e feministas dão lugar de fala àquelas que, por si só, estão em papel de inferioridade e desigualdade na sociedade.
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